quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Obrigado Por Fumar (2006)


Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, Ortolan K. Finistirre (William H. Macy), que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto Nick conta com a ajuda de Jeff Megall (Rob Lowe), um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. Sua fama faz com que Nick atraia a atenção dos principais chefes da indústria do tabaco e também de Heather Holloway (Katie Holmes), a repórter de um jornal de Washington que deseja investigá-lo. Nick repetidamente diz que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey (Cameron Bright) dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo.

Esta é uma produção cômica do jovem diretor Jason Reitman (Juno e Amor Sem Escalas) baseada no livro de Christopher Buckley, de 1994, que aborda de forma sarcástica a manipulação de informação em torno das indústrias tabagistas dos EUA. Além disso, o diretor aproveita e alfineta também as indústrias de bebidas alcólicas e bélicas. Sem falar no leve toque na Organização Hollywoodiana. Com um leve humor e de maneira despretenciosa, esta sátira deixa de maneira explícita durante todo o longa a facilidade que o protagonista Nick Naylor tem de "vencer" seus debates independete do ponto de vista. Isto caracteriza o filme de uma maneira simplesmente fantástica. Durante uma cena em que Nick e seu filho Joey conversam em um parque de diversões, há uma frase que caracteriza bem o papel que Nick tenta atingir durante seus debates: "O importante não é convencer que estou certo, mas sim que meu adversário está errado.” A principal luta de Nick é contra essa cultura neopuritana da sociedade atual e seus defensores. E o filme atinge o auge das argumentações de ambas as partes, embora Nick pareça ter sempre uma carta na manga.

Com relação ao elenco, Jason Reitman não teve problemas já que todos os atores selecionados inicialmente aceitaram os papéis para o longa. Curiosidades como a participação de William H. Macy que gravou todas suas aparições em apenas 1 hora marca os bastidores do filme. Isso simplesmente prova que talento não falta ao ator, assim como Robert Duvall que como sempre tem uma atuação digna de aplausos mesmo em poucas cenas de aparição. Além disso vale salientar que até mesmo a senhora Tom Cruise possui boa atuação, principalmente nas cenas de humor. A trilha sonora também não fica para trás. Excelentes escolhas feitas pelo compositor Rolfe Kent tornam o longa ainda melhor.

Depois de um longo período sem críticas, o Cine Gurjão volta com este excelente filme. Sem dúvida nenhuma, atrairá a atenção do telespectador do início ao fim.
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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998)


Eddy (Nick Moran) e seus três amigos, Sabão (Dexter Fletcher), Bacon (Jason Statham) e Tom (Jason Flemyng) estão sempre metidos em enrascadas. Eles acabam descobrindo uma sessão secreta de jogos de cartas comandada por um “negociador”, Harry Machado (P.H. Moriarty), e resolvem juntar suas economias para tentar ganhar um dinheiro fácil, já que Eddy é um “especialista em ganhar”.Infelizmente para eles, sem saber, Eddy acabou sendo trapaceado, pois o mandante do jogo possuía um pequeno truque para ganhar todas as rodadas, e assim ele acabou perdendo cinco vezes mais do que havia apostado. Isso não seria tão ruim, mas acontece que eles têm agora de devolver o dinheiro em uma semana, senão perderão um dedo das mãos para cada dia de atraso. A partir daí começa uma incessante corrida para que eles consigam arrecadar esse dinheiro. Cada um dá uma idéia para conseguir o valor, mas cada uma dessas idéias é mais ridícula do que a outra...Quando escutam que seus vizinhos pretendem fazer um grande assalto, os seus problemas parecem ter sido resolvidos.

Este filme dirigido por Guy Ritchie aborda uma mistura de um excelente roteiro com uma brilhante filmagem. Ritchie utiliza recursos como a narração para relatar bem a situação enquanto a cena está congelada. O gênero do filme é uma mistura do estilo gangster com comédia o tornando uma grande atração ao telespectador do inicio ao fim. Não se pode deixar de lado a extraordinária Trilha Sonora. O rock progressivo muito presente durante as cenas relembram filmes como Pulp Fiction e Trainspotting.

Esta pode ser considerada uma produção ousada ao tratar de assunto como o jogo, as drogas, roubos e mortes de uma maneira um tanto quanto hilária. Ricthie não poupa esforços para fazer de um elenco mediano ter interpretações convincentes. A escolha pelo nome dos personagens também é curiosa. Um apelo para nomes engraçados em torno dos personagens tidos como os mais temidos fazem com que o filme se torne ainda mais sensacional.

Hollywood hoje, não vive momentos de brilhantismo com relação a roteiros, por isto recomendo essa tremenda e espetacular produção tida na minha humilde opinião como uma das melhores do gênero da década de 90.
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quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Última Noite (25th Hour)


A vida é feita de escolhas. O clichê acima utilizado pelo que vos fala se encaixa com perfeição para descrever o filme. Edward Norton se destaca com mais uma atuação impecável e convincente. Seu personagem, Monty Brogan, será preso em pouco tempo e ele precisa resolver questões em aberto antes de passar 7 árduos anos na cadeia. Monty optou pelo caminho mais fácil de ganhar dinheiro, ao escolher ser traficante. Tem Manhattan a seus pés, entrada liberada para qualquer boate que deseje, caminho aberto para fazer o que quiser. Até que um dia alguém o dedura para a policia e o coloca nesta situação desesperadora.
Em seu último dia, Brogan quer reconciliar sua relação com o pai James (Brian Cox). A relação deles é conturbada porque quando a mãe de Monty morre, ele se sente obrigado a cuidar do pai que se torna um alcoólatra e não tem a mínima capacidade de cuidar do filho. Brogan deseja passar sua última noite como um homem livre junto a seus amigos de infância, Philip Seymour Hoffman (Jacob Elinsky) e Barry Pepper (Frank Slaughtery). Jacob é um professor de ensino médio que está apaixonado por uma de suas alunas e recusa seu passado judeu, não quer ter a vida fácil. Barry é um investidor de muito sucesso e com muito dinheiro. A namorada de Monty, Rosario Dawson (Naturelle Riviera), é bem mais nova que o companheiro, tendo o conhecido quando ainda estava cursando o segundo grau.
Monty tenta descobrir em seus últimos momentos quem foi que o dedurou, e Naturelle é uma forte possibilidade. Apesar de não acreditar que ela poderia ter feito, em certo momento se convence disso. A relação dele com seus amigos é especial, pois representa o erro de sua vida, ao ter entrado na realidade do tráfico. Monty demonstra todo seu arrependimento em um dialogo que tem com Barry durante sua festa de despedida.
Não é um longa excelente, tendo uma cena com grande destaque: o discurso que Norton profere quando se encara no espelho. Libera toda sua raiva e decepção consigo e com tudo que o cerca.
Uma história que busca mostrar a redenção de um homem agoniado e atormentado pelas suas falhas. O resultado final é digno de ser assistido.

Download:

http://www.megaupload.com/?d=HL4QLXLA - parte 1

http://www.megaupload.com/?d=S8JWHTPV - parte 2

Ps: não abram o arquivo, deem extrair aqui.

Legenda:

http://www.opensubtitles.org/pt/subtitles/3510708/25th-hour-pb

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http://www.opensubtitles.org/pt/subtitles/47721/25th-hour-pb

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vicky Cristina Barcelona


Vicky (Rebecca Hall) e Scarlett Johansson (Cristina) são amigas e passam férias em Barcelona. Vicky está noiva e é sensata nas questões do amor. Cristina é pura emoção e movida a paixão. Durante uma exposição de arte, as duas se encantam pelo pintor Juan António (Javier Bardem), que as convida mais tarde, durante um jantar, para uma viagem. O que elas não sabiam é que o galante sedutor mantém um relacionamento problemático com sua ex esposa Maria Elena (Penélope Cruz). E as coisas ainda ficam piores porque as duas, cada uma de sua forma, se interessam por ele, dando início a um complicado "quadrado" amoroso.

Woody Allen traz nesta produção uma fotografia belíssima retratada pela maravilhosa cidade de Barcelona na estação da primavera.O cenário é um importante componente do filme , trazendo paixão e romantismo aos personagens da trama.A comprometida Vicky e a aventureira Cristina transmitem com clareza a sensação de não estarem aproveitando ao máximo suas vidas.Isso as impulsiona a ter um caso com Juan António.Entretanto Cristina começa a manter relações com Juan chegando a ir morar com ele e sua ex-esposa Maria Elena.Talvez , possamos afirmar que esse triângulo amoroso é um dos mais sensuais do cinema moderno com tudo que você possa imaginar: sexo , paixão , romantismo , brigas e tragédia.

Mais um vez , Woody Allen retrata em seu filme , uma comédia baseada em um drama.Traços trágicos misturados com humor formam a característica do diretor que não perde o jeito apesar da idade.Destaque para a atriz Penélope Cruz(Vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) que atuou de forma brilhante expondo todo seu talento na interpretação de sua personagem desequilibrada e passional.Apesar de um final abaixo da expectativa que o próprio filme criou , vale a pena conferir o "quadrado" amoroso com a bela paisagem romântica de Barcelona .
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ensaio Sobre a Cegueira (2008)


Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de "cegueira branca", já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar, as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida.

Este longa retrata com perfeição os limites que o ser humano pode chegar.Fernando Meirelles (Cidade de Deus e Jardineiro Fiel) se afirma de vez como um grande diretor Hollywoodiano de talento e prova que os brasileiros estão sim , na maior produtora de filmes do mundo.Talento explícito também do elenco do filme, mas esse nós já estamos mais do que acostumados a ver.Gael García Bernal em mais uma brilhante atuação , assim como Julianne Moore e Alice Braga.O longa é uma adaptação do best-seller de José Saramago, que exigiu que o filme não deixasse explícito o país em que se passavam as cenas.Essa brilhante produção abriu o Festival de Cannes de 2008.

Algo importante a salientar é que esta produção aborda muitas questões polêmicas, como o preconceito , a perda da fé , o suicídio e estupro de certa forma. Cenas quentes nas quais mulheres se sujeitam ao sexo em troca de comida comovem o telespectador ao perceber que nós (seres humanos) somos capazes de nos aproveitar mesmo cegos de uma situação aterrorizante para nos darmos "bem". Do início ao fim o filme prende a atenção de uma forma acima do normal. Podemos caracterizá-lo como uma produção muito acima da média. Julianne Moore retrata com excelência que não é tão fácil assim tirar uma vida como muitos pensariam durante o filme. A culpa e o ressentimento pesam demais sobre o ser humano que nunca foi assassino. Enquanto que, para uns , é algo simples e normal , para outros é uma dor que os perseguirá para o resto da vida.

O ponto alto do filme é como se nos transportássemos a cada momento para os olhos de Julianne Moore e víssemos um mundo destruído por essa cegueira que corrompeu grande parte da população mundial.

"Podemos concluir que Ensaio sobre a cegueira é um drama tenso, com soberbas e alucinatórias imagens do colapso urbano. O filme tem um espiral de horror em seu centro, ainda que seja suavizado com toques de gentileza, e até humor, elegantemente dosados." Simplesmente exótico e brilhante.
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terça-feira, 18 de maio de 2010

Rush - Uma Viagem ao Inferno (1991)


Jim Raynor (Jason Patric) é um policial veterano da divisão de narcóticos incumbido de capturar um suspeito de ser um grande traficante de drogas. No entanto, neste ofício testam-se os limites dos próprios homens da lei ao lidar constantemente com o mundo do vício, já que, para seguir a trilha de toda uma estrutura de fornecedores da cidade de Katterly e de seu principal suspeito, Jim deve interpretar sempre o papel de um comprador, passando-se por usuário de todos os tipos de drogas. Com a ajuda de sua nova parceira Kristen (Jennifer Jason Leigh), uma jovem policial inocente e inexperiente, mas determinada a fazer de tudo pelo seu trabalho, Jim vai mostrando a realidade com que Kristen terá que lidar para aperfeiçoar seu disfarce ensinando-a a como enrolar cigarros de maconha ou preparar heroína, sempre usando uma droga falsa.


Nesta linha de ação, os dois vão mantendo relações com diversos tipos de traficantes, e, tentando ganhar a confiança de seus alvos, suas identidades sempre acabam sendo postas à prova, forçando-os a penetrar no mesmo mundo que buscam combater, cheirando cocaína, tomando vários tipos de comprimidos etc. À medida que vão fazendo progressos na investigação, imersos num mar de drogas e convivendo lado a lado, a dupla comete dois erros graves para todo o processo, apaixonam-se e viciam-se, dando margem a um drama que se desenrola até o fim do filme.


Rodeada pelo clima dos anos 70, a trama passa por bares de motociclistas, cabelos compridos, tipos policiais clichês e a trilha sonora assinada por Eric Clapton além de músicas de Jimi Hendrix, Bob Dylan, Lynyrd Skynyrd e outros. Para aqueles que gostam de um drama com os temas abordados mas não querem derramar lágrimas, o filme desce sem bocejos pelos espectadores, mas para os mais chegados a fortes emoções, o sentimentalismo do filme deixa a desejar, talvez por conta da atuação modesta dos protagonistas, e, na sutileza de suas tragédias, uma dose de suspense faz o contrapeso da história envolvente. Um filme que não exige esforços, para quem quer assistir algo só por assistir.


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Control ( 2007 )

O filme, que narra a história de uma das personalidades mais sombrias e enigmáticas do mundo da música moderna - Ian Curtis, acaba pecando pela falta de ousadia e se torna mais um filme "ok".

Com um visual underground, os primeiros minutos do filme são narrados de forma satisfatória; o ingresso do jovem Ian Curtis na banda de rock pós-punk Joy Division, ao mesmo tempo que começa um relacionamento com sua então futura esposa, Deborah. Após casar-se precocemente com Deborah, ele percebe como é difícil conciliar os papéis de marido, vocalista de uma banda em crescimento e o trabalho em uma agência de empregos - local onde Ian tem um primeiro contato com a Epilepsia, doença essa que acarretaria um agravamento de seu estado mental e importantíssima para o desenrolar da trama.

O principal erro do filme é a falta de aprofundamento na mente perturbada de Iam. A relação amorosa é a parte mais retratada (a má relação com sua esposa e um novo relacionamento com a belga Annik), mas não de forma tão profunda a ponto de explicar coerentemente a decadência total do ídolo. A Epilepsia foi deixada praticamente de lado, sendo citada de forma lúcida apenas durante os ataques e em partes afastadas, dando a entender que não era algo que o atormentava diariamente. Por essa falta de comprometimento com a realidade de Ian, fica irrisório acreditar que o suicídio foi uma medida realmente "necessária" para ele.

Mas o filme tem partes boas, como a da inicial separação do casal, ao som de "Love will tear us apart" e o suicídio, ao som da melaoncólica "Atmosphere". A atuação de Sam Riley(Ian Curtis) é boa, não deixando nada a desejar principalmente nas ótimas cenas dos shows, quando deve ter sido mais exigido. A fotografia retrata bem o lado Joy Division, e a trilha sonora é bem encaixada.

Destarte, Control é um mediano trabalho sobre a banda, mas um fraco retrato da rica personalidade de Ian Curtis, aqui explorada de forma débil.
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Control ( 2007 )
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